Como é que os indicadores económicos afetam as suas finanças pessoais

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A maioria das pessoas age como se os indicadores económicos de um dado país não importassem. Mas a realidade é um pouco diferente, uma vez que podem afetar as suas finanças pessoais em várias dimensões. Desde as suas poupanças aos seus empréstimos, passando pela sua segurança no emprego e pela confiança no consumo, o impacto dos indicadores económicos na sua vida é maior do que o que imagina. Neste artigo, vai encontrar tudo o que precisa de saber sobre estes indicadores.

Indicadores Económicos: princípios básicos

Os indicadores económicos são calculados a partir de informações económicas e oferecem uma vista geral da saúde e do desempenho económico de um país. Por isso, são utilizados pelos decisores políticos, analistas e economistas para formular estratégias e fazer previsões sobre tendências futuras. De um modo geral, dividem-se em três categorias: indicadores avançados, retardados e coincidentes.

Indicadores Avançados:

Os indicadores avançados dão-lhe informações e previsões sobre a atividade económica futura. Alguns exemplos de indicadores avançados são:

  • O desempenho do mercado bolsista, que reflete o desempenho e as expectativas das empresas. Por exemplo, um mercado bolsista em alta pode indicar otimismo em relação à economia (ou então em relação a setores específicos, como os transportes);
  • Os indicadores setoriais da construção: numa altura em que o preço das casas está em subida, deitar um olho, por exemplo, aos dados sobre as construções futuras pode orientá-lo a prever se os preços vão continuar em alta ou se podem acalmar um bocado;
  • Inquéritos à confiança dos consumidores: este tipo de inquéritos fornece uma perspetiva útil sobre o sentimento das pessoas relativamente à sua situação financeira e aos seus hábitos de consumo.

Indicadores retardados:

Os indicadores retardados são estatísticas económicas publicadas após a observação das tendências. Por exemplo, podem incluir:

  • Inflação: corresponde à taxa do aumento dos preços durante um determinado período de tempo. É sempre calculada e comunicada depois de os preços já terem subido e os políticos usam-na para definir as políticas públicas (como, por exemplo, as taxas de juro);
  • Estatísticas do desemprego: refletem a proporção da população ativa (a população disponível para trabalhar) que se encontra desempregada durante um período de tempo;
  • Alterações nas taxas de juro: as taxas de juro são determinadas pelos bancos centrais como resposta às tendências económicas gerais como, nomeadamente, a inflação.

Indicadores coincidentes:

Os indicadores coincidentes dão um retrato em tempo real da atividade económica, e, por isso, ajudam a confirmar o estado atual da economia. Alguns destes indicadores são:

  • PIB (Produto Interno Bruto), que capta o desempenho dos diferentes setores da economia de um país durante um período específico de tempo, como um trimestre ou um ano, incluindo as exportações, investimentos e despesas dos agregados familiares e do estado.
  • Vendas a retalho: estas fornecem dados em tempo real sobre as decisões de consumo da população. Normalmente, este tipo de indicador é publicado mensalmente, o que permite aos economistas acompanhar de perto as mudanças no comportamento dos consumidores;
  • Rendimento pessoal: o rendimento pessoal reflete o rendimento médio dos indivíduos ou agrados familiares de um país.

Como é que os indicadores económicos afetam as suas economias pessoais:

Inflação:

A inflação reflete-se no custo de vida global, desde a alimentação até às contas para pagar, passando pelos seguros e pelos custos essenciais. Muitas vezes, o aumento do nível dos preços não é acompanhado por um aumento dos salários, o que leva a uma perda do poder de compra. Nestas situações, deve pensar em cortar em algumas despesas. Outra atitude a tomar é aplicar as suas poupanças em soluções que lhe permitam manter o poder de compra, evitando assim que estas desvalorizem com a depreciação do valor da moeda (a inflação leva a que a moeda valha cada vez menos).

Taxas de juro:

As taxas de juro a curto prazo são determinadas pelos bancos centrais para controlar a quantidade de dinheiro em circulação na economia e, assim, a estabilidade dos preços. Caso os decisores queiram diminuir a massa monetária, isto é, a quantidade de dinheiro em circulação, aumentam as taxas de juro. Esta decisão pode afetar o montante que pode pedir emprestado, a taxa de juro que paga, o crescimento das suas poupanças e o valor de mercado de soluções financeiras de rendimento fixo. Em Portugal, a maioria das pessoas opta por uma taxa de juro variável, mas escolher uma taxa de juro fixa pode ajudar a evitar este tipo de problemas.

Taxa de desemprego:

Se a taxa de desemprego for elevada, aumenta a concorrência no mercado de trabalho, o que torna mais difícil arranjar emprego. Isto pode acabar por se refletir na sua estabilidade ao nível do rendimento individual. Uma forma de se proteger financeiramente do desemprego e construir um fundo de emergência que lhe permita ter dinheiro suficiente para pagar contas no curto prazo ou, em alternativa, fazer um seguro de proteção de pagamentos.

Flutuações no mercado bolsista:

A bolsa de valores é influenciada por uma interação complexa entre a oferta e a procura, assim como por fatores externos como a taxa de juro, a inflação e as circunstâncias económicas globais. Assim, as oscilações no valor percecionado dos ativos adjacentes a uma determinada ação acabam por se repercutir numa oscilação do valor desta. Estes dados podem ter impacto nos seus investimentos, assim como nas suas poupanças ou nos planeamentos de reforma.

Confiança dos Consumidores:

A confiança dos consumidores é um indicador que mede o grau de otimismo das pessoas relativamente à sua situação financeira, à economia em geral, ao desemprego e à sua capacidade de poupar dinheiro. Se, por exemplo, as pessoas se sentirem mais confiantes em relação às suas finanças, é provável que consumam mais. Por outro lado, uma baixa na confiança pode traduzir-se numa diminuição das despesas. Estas segundas situações podem levar a uma contração da atividade económica no geral.

A melhor forma de se concentrar na sua estabilidade financeira é através da criação de um fundo de emergência. Por exemplo, pode contactar o seu mediador de seguros para fazer um plano de poupança-reforma.

Author
Equipa Septor
Publicado a
11 de Outubro, 2024
Tempo de Leitura
6 minutos
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